Movimento de Ocupação da Reitoria da UFBA - MORU

Desde o dia 1º de outubro DE 2007, estudantes da Universidade Federal da Bahia ocupam a Reitoria da instituição com o objetivo de protestar contra a atual (falta de) política de assistência estudantil da gestão do reitor Naomar de Almeida Filho e contra o decreto que institui o REUNI, além de pretenderem amadurecer o debate e a luta por um modelo de universidade realmente popular.

E-mail para contato: ocupacaoufba@gmail.com

Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=40242527

Chat: #reuni (basta escolher um "Nickname" depois Clicar no botão "Chat!")

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

CARTA À SOCIEDADE

Nós, estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), estamos desde o dia primeiro de outubro ocupando a nossa Reitoria na luta pela Assistência Estudantil, pela construção de uma outra Universidade verdadeiramente democrática e popular, contra o REUNI e contra a postura autoritária do atual reitorado desta universidade.

A ocupação se iniciou com @s estudantes residentes e bolsistas da universidade que, mais uma vez, rebelaram-­se indignad@s com a política de "Desassistência Estudantil". Dado o perigo eminente de uma explosão por conta de um vazamento de gás conhecido há mais de um ano, os estudantes em consenso com @s funcionári@s paralizaram o Restaurante Universitário naquele dia (sendo que no dia anterior já havia ocorrido um princípio de incêndio). Assim, fazendo um bandejaço, caminharam do Corredor da Vitória (local onde se situa a Residência I) até a Reitoria da UFBA, onde foi apresentada uma pauta emergencial ao vice­-reitor, Francisco Mesquita, e também ao pró-­reitor de Assistência Estudantil, Álamo Pimentel.

A indignação com o autoritarismo e a "Desassistência Estudantil" fez com que o movimento imediatamente crescesse e expandisse sua frente de lutas. Compreendemos que debater Assistência Estudantil é debater que Universidade queremos. E discutir a Universidade que queremos, com uma política digna de Assistência Estudantil, nesse momento, não poderia nos levar a outro caminho, a não ser o de nos posicionarmos contra o Decreto 6.096 de 24 de abril de 2007, intitulado REUNI (Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). O REUNI traz consigo a mesma lógica precarizadora e desqualificadora da educação imposta ao ensino fundamental e médio públicos, onde a aprovação automática é a regra. O decreto ainda fere a autonomia universitária ao condicionar a liberação de verbas para as universidades federais ao cumprimento de metas absurdas e que não demonstram nenhum cuidado com a qualidade de ensino, nem com a permanência do estudante dentro da universidade. Dessa forma, o ensino superior de qualidade ficará restrito a quem puder pagá­lo. Em troca de algumas migalhas está decretado o fim da Universidade Pública brasileira.

Temos sido acusad@s de ilegitimidade pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e pela Reitoria, que sustentam uma concepção anacrônica e falida, onde a legitimidade é exclusiva das entidades, das instituições e dos partidos políticos. Acreditamos que qualquer estudante, qualquer trabalhador, sem-­terra, sem-­teto, qualquer pessoa, fazendo ou não parte de uma entidade e que se sinta oprimida e explorada tem o direito de se levantar; de se rebelar sem pedir licença ao DCE, à Reitoria ou a quem quer que seja.

Não desejamos falar em nome de tod@s estudantes da UFBA ­ o que desejamos é a cabeça, o braço e o peito de todas as pessoas que acreditam que vale a pena resistir e construir uma universidade e uma sociedade que nos encante e nos aqueça. Aqui na ocupação da Reitoria da UFBA, falamos em nossos próprios nomes. Estamos predispostos a construir novas práticas, novas sociabilidades, novas formas de fazer política e de reagir ao que nos violenta.

Nas atividades realizadas nesta ocupação, que contaram com a participação dediversos movimentos sociais (MSTS – Movimento dos Sem Teto de Salvador, MST –Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MNU – Movimento Negro Unificado, MPL – Movimento Passe Livre, Reaja ou Será Morto ­ Reaja ou Será Morta, CMI – Centro de Mídia Independente) percebemos que a fragmentação das lutas é um dos principais motivos para suas derrotas. Com esta convicção, convocamos tod@s a se levantarem e de alguma forma fazerem parte deste movimento.

Estamos construindo diversos canais de diálogo com variados setores da universidade e de toda a sociedade, assim como movimentos sociais, e já contamos com o apoio fundamental da ADUNEB – Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia; da Conlutas; do ANDES; de diversas Executivas Nacionais de Estudantes e DA's e CA's de todo o Brasil que nos enviam suas manifestações de apoio.

Às pessoas de longe pedimos o apoio declarado, o auxílio na divulgação da nossa luta, a ajuda para formar nossa rede de difusão de informações (blog, youtube, orkut, grupos de e­mail, fóruns eletrônicos, informes em reuniões e assembléias, etc) e pedimos também doações (dinheiro através da conta que está no blog, materiais, alimentos, etc). Se temos conseguido nos organizar até agora, isso se deve em grande parte à rede de solidariedade que nos tem ajudado e fortalecido. Aos de perto, estudantes ou não, reiteramos os mesmos pedidos, mas gostaríamos principalmente de convidá­l@s à participação ativa, ao engajamento, a dizerem o que pensam e sobretudo fazerem o que lhes toca nesta ocupação. Façamos dela uma vitrine viva da universidade que defendemos. "Sejam bem­vindos à dignidade rebelde".
Salvador, 15 de outubro de 2007

MORU – Movimento de Ocupação da Reitoria da UFBA

Um comentário:

Unknown disse...

Olá pessoal, tudo bem???

Meu nome é Felipe sou aluno do 4ºano de Geografia da Fundação Santo André, deixo explicito aqui o meu apoio incondicional ao movimento realizado na UFB, uma vez que todos o movimento estudantil mostra a sua cara novamente no país (após anos de sufoco), demonstrando as nossas intenções de insatisfação (generalizada) com o atual governo e com a conjuntura a qual se mostra desfavorável ao estudantes e a toda a classes que vive do trabalho no Brasil. Venho por meio deste informar meu apoio, em meio de uma sufocada greve que vira 1 mês na Fundação Santo André; que apesar da distância clama por um movimento unificado dos estudantes de todo o país.

Abraços,

Felipe.