Alunos protestam contra a política de assistência estudantil e contra o Reuni.
Universidade diz que ocupação é ilegítima.
Iris Russo Do G1, em São Paulo
Os estudantes que ocupam desde o dia 1º de outubro parte do prédio da reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador, decidiram, em assembléia, realizada nesta quarta-feira (17), manter a ocupação pelo menos até sexta-feira (19). Eles protestam contra a política de assistência estudantil da gestão do reitor Naomar de Almeida Filho e contra o decreto que institui o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni buscar).
"Atingimos algumas reivindicações, mas o movimento ainda não acabou. Nosso objetivo principal é barrar a aprovação do Reuni e nos foi informado que o plano será deliberado amanhã no Conselho Universitário", diz Cândido Vinícius, 22, estudante de ciências socias e integrante da comissão de comunicação. Uma nova assembléia da ocupação está marcada para sexta-feira (19) à noite para decidir os rumos do movimento.
A ocupação começou com um protesto dos moradores dos alojamentos estudantis. "Existe um vazamento de gás no restaurante com perigo de explosão há mais de um ano, e nada é feito. Por conta disso, os estudantes fizeram um 'bandejaço' [com as bandejas que servem as refeições] e caminharam até a reitoria para apresentar uma pauta emergencial e ocupar o prédio”, conta Ana Carla Farias de Oliveira, 22, estudante de artes cênicas.
O movimento ganhou adesão de outros alunos e a pauta de reivindicações foi ampliada. No blog mantido pelos manifestantes, eles se posicionam contra o Reuni e afirmam que o plano traz para a universidade a lógica de aprovação automática e fere a autonomia universitária ao condicionar a liberação de verbas ao cumprimento de metas.
Em nota, a Ufba afirma que a ocupação "reveste-se da mais flagrante ilegitimidade" e é uma agressão à universidade e "aos valores democráticos e acadêmicos da universidade pública". O documento diz que a negociação da pauta emergencial foi conduzida pelo vice-reitor, Francisco Mesquita, e pelo pró-reitor, Álamo Pimentel, com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) -com a representação das residências- e que foi assinado um documento de compromisso.
A nota também diz que a maioria dos estudantes deixou a ocupação, mas que permaneceu um "pequeno grupo". Segundo a Ufba, foram isoladas áreas do gabinete e reforçada a vigilância nos setores administrativos que lidam com documentos oficiais, para garantir a proteção das pessoas e do patrimônio público.
De acordo com os manifestantes, cerca de 60 estudantes permanecem na ocupação da reitoria. "O documento foi assinado, mas nada foi feito ainda. Não queremos papel assinado, queremos efetivação das coisas reivindicadas”, diz a estudante Ana Carla.
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL152360-5604,00.html
sábado, 20 de outubro de 2007
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